terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Irmãos Gêmeos


          Eram dois irmãos, filhos de uma rapariga portuguesa, que já tinha muitos filhos, tantos que já nem sabia como chamá-los, por isso repetia alguns nomes e mudava apenas o segundo. Eram compostos.
            Dona Língua, a portuguesa, teve gêmeos no dia em que  o Hospital Gramatical Lusitano estava com a sua maternidade em obras. Uma confusão!
            Quando o Dr. Subjuntivo se fez presente e lhe perguntou como chamariam os gajos, ela respondeu: “Pronome, um é Reto e o outro Oblíquo.”
            Pronome Reto e Pronome Oblíquo cresceram sempre juntos, não se separavam por nada. Tinham suas diferenças, mas nem isso os distanciava. Estavam sempre na mesma frase dos colegas, na mesma fase do colégio e na mesma turma de oração da catequese. No passado, no presente e no futuro.
            Reto era uma sujeito simples, mas sempre notado pelos demais.  Já Oblíquo era um sujeito mais oculto, que por incrível que pareça e contraditoriamente era o que mais se destacava e aparecia nas rodas gramaticais mais badaladas de Portugal.   
            Quando ainda jovens, Reto, sempre muito centrado e certo, teve apenas duas namoradas. Tu e Ela, primeiro Tu, depois Ela. E Oblíquo era um caso perdido mesmo, namorava Contigo, Convosco, Consigo, veja só, Comigo e até Conosco.  De uma vez só, sem vírgulas ou pontos.  A mãe de ambos, dona Língua, a portuguesa, para dar jeito  no filho Oblíquo tomou uma decisão drástica, mandou os filhos para um país distante, quase não civilizado, do outro lado do parágrafo. Brasil!
            Reto veio junto, afinal era o irmão centrado, tinha que tomar conta do desajuizado.  Só que aqui no Brasil até Reto perdeu a cabeça, conheceu Você, irmã de A Gente, e não sabia mais como conjugar.  Foi aí que a confusão se fez total.
            E dona Língua, a portuguesa, para não perder o controle da situação e mostrar seu poder como matriarca respeitada de família que era, contratou um tutor para tomar conta dos gajos aqui no Brasil e os fazer permanecer dentro da linha. E afirmou que o Sr. Imperativo, iria colocar ordem na situação.


Endy K.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Sobre o Amor.


Já disse Caio Fernando Abreu “Poucos sabem, mas a palavra “amor” é derivada da palavra “morte”. Quando você diz a uma pessoa “eu te amo”, é como dizer : Eu morreria por você!”
Falar de amor nos dias de hoje até parece falar sobre contos de fada. Todo mundo já ouviu falar, acha lindo, mas não acredita que pode ser real. Mas não, Amor não é conto de fadas. Ele existe. E não meninas, o cara dos seus sonhos não irá aparecer em um cavalo branco, a não ser que ele seja um vaqueiro. Mas se for assim não terá o mesmo encanto que o príncipe. E garotos, vocês não vão encontrar a princesa em uma torre esperando ser salva. Por essas e outras coisas. Realmente o Amor não é um conto de fadas. Mas volto a repetir, ele existe, de uma forma mais real do que uma historia infantil.  
Quando o coração bate mais forte, quando as pernas treme, quando parece que milhões de borboletas voam em seu estômago, esses são alguns dos seus sintomas. As vezes não tão súbitos. Até porque o amor é imprevisível. Pode chegar de mansinho e tomando pose do coração ou pode chegar arrebatando a alma. Mas de qualquer forma, não importa como ele chegue, ele te toma por completo. E tentar fugir é complicado, quase impossível.
A gente não escolhe quem ama. Se escolhesse seria tudo tão mais fácil não é mesmo? Mas não se escolhe, e deve ser esse o encanto. O que devemos fazer? Alguns acreditam que é bom sair correndo, fugindo sem olhar pra traz. Outros já dizem que é pra você encarar de frente se deixar envolver, aproveitar da melhor forma possível.  Eu sou do segundo grupo. Mesmo que seja um amor só seu, sem reciprocidade, existe algo mais gostoso do que sentir tudo isso? Sim é assustador, mas ao mesmo tempo é bom. Acredito que é nessas horas que nos sentimos vivos.
Amor impossível? Platônico? Mas você já tentou? Se doou? Falou o que realmente sente? Você já tentou dizer para aquela pessoa o quanto ela é especial em sua vida? O quanto ela é importante e te faz se sentir bem? O não você já tem e sempre vai ter. Só depende de você correr atrás de um sim!  
Um conselho: Não corte a dor. Tem gente que deixa de amar pra parar de sofrer, mas elas não percebem que cortar a dor é conviver com ela. Existe algo pior do que parar de sofrer e continuar sofrendo por não sofrer? Parece confuso, mas é simples. Pessoas deixam de amar pra não sentir a dor. Mas deixando de sentir a dor também deixam de sentir o amor e suas alegrias. O pior, deixam de sentir. Por isso sintam, e sintam a dor também. A dor transforma o ser em humano. E senti-la é sinal de que você tentou e viveu o que tentou.
Em espanhol “eu te amo” também pode ser dito como “te quiero”. E é isso que o amor é, um querer. Querer bem ao outro, querer estar perto, querer demonstrar seu sentimento. Ou simplesmente querer. Mas querer com verdade, com paixão e não por capricho.
Ah meus amigos, o amor é algo tão puro, tão bonito, tão delicado e que ao mesmo tempo machuca tanto. Dói tanto, mas que no final vale a pena. Sempre vale. Muitos falam dele mas poucos o sentem de verdade. Por isso, vamos parar de dar definições, tentar achar explicações  vamos vive-lo. E se você ainda não encontrou o Amor, fique atento, ele pode estar a sua procura nesse exato momento.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Poema Concreto.

Olá pessoal. Bom depois de um bom tempo sem postar nada, eu sei que estou em falta aqui no blog, mas a minha monografia vem tendo uma grande parcela de culpa nisso. Então, só pra dar uma modificada por aqui. Resolvi postar um dos meus poemas.
Nele expresso um pouquinho da magnifica arte de atuar que eu tanto gosto. Espero que curtam também.



                                                                      As ideias.


                                                                             ...

As loucas Ideias Do ser O humano Sentindo os Sentidos Os Conhecimentos
Desfechos De historias Extraordinárias Distintas Apurando
 Desvendando E redescobrindo O antigo Tentadora
Arte Anormal Reinventa O mágico
enCena O teatral Tece Toca
Trabalha Transmite
Transbordada     
em Trama.Teia
de Temas E
Tempo conTato
Tendência
Tenso Tempero
Que Transcende
 O Tradicional
Trágico
Translucido
...


Teatro


Endy K.

terça-feira, 14 de junho de 2011

E onde fica a Democracia?

Bom pessoal, hoje dando uma olhada pelas redes sociais dei de cara com uma nota que me deixou absolutamente revoltada. Falava sobre a posse do novo senador do estado do Paraná, um advogado desconhecido que nunca apareceu nas esferas políticas das campanhas do estado. Sérgio Souza(PMDB) assume a cadeira de Gleisi Hoffmann (PT) no senado. Vocês vão poder encontar mais detalhes no site da gazeta do povo. Que explica essa mudança e que também faz questionamentos sobre a suplencia de cargos públicos. http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/conteudo.phtml?id=1136855 

Lendo a nota e repensando o conceito de democracia, resolvi postar pra vocês um texto que fiz para uma aula da faculdade. O texto fala sobre a sensura no Brasil atual, mas como falar da sensura sem chegar a democracia?
Espero que leiam, pensem, questionem-se, questionem-me também, e que a gente possa parar de tergiversar sobre política. Afinal, onde fica o nosso direito sobre a escolhas de nossos representantes?




Ainda existe censura no Brasil?

                Em uma reportagem do jornal , Jornalismo B, online,  editado pelo jornalista Alexandre Haubrich e com participação de Rodrigo Cardia, o assunto sobre a censura no Brasil hodierno foi posta em discussão.  Mostrando que sim, no Brasil atual ainda existe censura, não como na ditadura militar, mas uma censura econômica.
                A questão é simples, os jornalistas abordaram o fato de que a sociedade atual está tão envolvida com a economia por sermos um país capitalista que  deixamos a censura militar e passamos a viver uma censura baseada no que é melhor economicamente para a sociedade e não para as pessoas individualmente.
                Essa reportagem foi de grande valia para formar a opinião desta que o subscreve, pois podemos ver claramente que apesar da sociedade camuflar essa censura ela está aí. Mais forte que a militar.
                O fato de alguns programas de TV serem vetados para determinados horários, não pode ser considerado censura quando o tal programa implica em uma questão maior. Que é em como esse programa vai interferir na vida do telespectador, principalmente se este telespectador for uma criança de cinco anos.  Algumas coisas não são necessariamente censuradas, mas faz parte de uma idéia centrada e responsável do que fará bem ou não, da parte dos responsáveis pela mídia. Ai vem a questão: E onde fica a livre expressão do pensamento?  A expressão hoje em dia ainda é livre, ninguém vai ser exilado, como antes, por falar o que pensa. Mas tudo implica em uma questão de prioridades, responsabilidades e autocontrole para não interferir e afetar negativamente outra pessoa.
                O que hoje é censurado na nossa pátria é: como um jornal que pode ter a opção de falar sobre assuntos mais importantes deixam de falar deles para discutir sobre o próximo campeonato de futebol? Talvez porque no nosso país o futebol seja um esporte que só tem toda essa fama e superioridade perante os outros porque é o que mais lucro dá. Além de sufocar a mídia alternativa, não dando espaço pra que essa se expresse.
                Ou então, porque a indústria de automóveis está cada vez mais investindo em propaganda e venda de veículos, quando o melhor para as pessoas e para o planeta são hábitos saudáveis como uma caminhada ou um passeio de bicicleta? Porque e simplesmente porque, andar a pé ou de bicicleta não dá lucro para as lojas de automóveis, revendas, postos de gasolina, lojas de peças e manutenção.  E sendo assim não seria cobrado impostos que vão para os caixas públicos e em seguida para o bolso dos governantes do país.
                Aliás, já disse José Saramago “Tudo se discute nesse mundo, menos uma única coisa que não se discute, a democracia... E que a democracia em que vivemos é uma democracia, condicionada, amputada. Porque o poder do cidadão limita-se na esfera política em tirar um governo que não gosta e colocar no poder um governo que talvez venha a gostar. Nada mais.  Porque as outras decisões são as mais importantes são tomadas em uma outra esfera, que todos sabemos qual é, as grandes organizações financeiras internacionais...E nenhum desses organismos é democrático, e como podemos  continuar a falar de democracia? Se aqueles que efetivamente governam o mundo não são elegidos democraticamente pelo povo? Quem escolhe os representantes  dos países nessas organizações? Os participantes do povo? Não! Onde está então a democracia?  ”
                José Saramago, ganhador do premio Nobel de literatura e cidadão português, estava falando da democracia universal e não apenas de seu país. E é justamente aí que chegamos. Como o Brasil seria um país livre da censura, se o mundo todo é censurado também pelos seus governos?  Onde fica na nossa sociedade o direito de escolher pelo jogo de futebol que se quer ver na TV se as grandes emissoras é que definem que jogo vai passar? Onde fica a escolha de andar a pé ou de bicicleta se somos censurados a todo instante por propagandas e promoções de revendas de carro, onde fazem questão de mostrar que um automóvel dá status, mas não mostram que a saúde é prejudicada. Que o ócio é maior e que tudo gira em torno da economia?
                Sim, no Brasil de hoje existe censura, a pior delas a econômica, onde a tal democracia maquia a verdade. Faz parecer tudo belo e esconde em camadas as imperfeições do país. E onde fica o “brado retumbante” do povo brasileiro nessa questão toda? Que nem direito de ler um jornal, onde tudo deveria ser verídico tem, pois nunca se sabe quem diz a verdade, pois tendem a levar as coisas para o lado que mais lhe convém. Como disse Luís Fernando Veríssimo: “Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal, é a data”.
A censura está ai, presente em todos os dias em todas as coisas. Na marca da roupa que você usa, na comida que se alimenta, no transporte que utiliza. Mas estamos tão relapsos por causa dos afazeres que nem nos damos conta disso e ela continua ai, desapercebida e influenciando a cada dia mais.  E vivemos achando que somos livres, mas essa é uma liberdade a nos imposta. Pois o Brasil, quem sabe seja mesmo um grande carnaval e a censura é aquela que está no mesmo bloco com a gente, mas nem percebemos a sua presença porque estamos nos divertindo com o futebol, com as belas mulatas sambando ao nosso lado, com as belezas naturais ao redor e a censura passa desapercebida na sua fantasia aparentemente simples e com a sua máscara da boa e velha amiga, a democracia.
               

domingo, 12 de junho de 2011

Sobre o Tergiversemos.

Olá amigos, hoje dou início ao Tergiversemos. Como diz a descrição acima Tergiversar é aquela típica mania de "ficar fazendo rodeios". Tentar dizer e não conseguir, mudar de ideia, falar com outras palavras, nunca ser totalmente sincero. E é justamente sobre essa questão, tão presente na vida de todos que vamos conversar um pouquinho nesse blog, é claro, essa e outras questões também. Espero que vocês gostem ^^)

Hoje, 12 de junho, Dia dos Namorados. Dia muito propicio para começarmos falando sobre tergiversar.
Quem  nunca parou pra pensar "será que falo ou será que não falo?" se tratando daquela sensação estranha, que entitulamos de Amor  ? É a dúvida de  se declarar, dizer o que sente, ou até mesmo de terminar um relacionamento, falando mais alto que os instintos. E no fim a gente sempre acaba não dizendo tudo o que queremos dizer. Tergiversando até não poder mais, dando voltas e mais voltas para explicar o que sentimos.
 Situaçãozinha complicada essa.  O pior é que quem sofre somos nós mesmos, em não conseguir dizer, não conseguir expressar, ainda mais se é para aquela pessoa que faz o coração bater mais forte.
A gente se prepara, ensaia em casa, pensa um milhão de vezes no que vai dizer e quando chega perto as palavras somem. E não falamos. Aí é melhor deixar que os sentidos falem por nós mesmos. Afinal, dizem que o corpo fala. Mas temos que estar atentos a essa complicada linguagem.
No final das contas, muitas vezes as palavras são apenas para dar enfase, porque os olhos nunca conseguem calar. Nos entregam no primeiro intante, no primeiro olhar, ficamos sem ação. E dizemos tudo, só com um simples, porém, verdadeiro olhar.
Tergiversamos, damos voltas, rodeios, hesitamos...sinônimos, todos sinônimos, que conhecemos muito bem. Quem nunca tergiversou no amor que atire a primeira pedra. Mas no fim deixou de temer e foi lá, se jogou e deu super certo, e hoje passa o dia dos namorados acompanhado. Também tem aqueles que tergiversaram demais, perderam oportunidades, sofreram, e resolveram cortar o mal pela raíz. Aí a situação é mais complicada, cortar a dor tem suas consequências. Mas isso já é assunto pra outra postagem...
Mas a verdade é que: tergiverso, tergiversas, tergiversamos...e só nós sabemos como isso nos afeta de uma certa forma, às vezes positivamente e outras negativamente.
Nesse blog proponho que todos tergiversemos juntos, para no fim pararmos de dar tantas voltas e encontrar o caminho correto a seguir. Afinal hesitar é normal, está no ser, nasceu com a gente...Vamos lá pessoal... Tergiversemos então!

"Eu queria dizer "Eu te Amo" mas aprendi num filme a tergiversar. Não sabia o que era isso ainda, mas já dava voltas para explicar aquilo que eu jamais conseguiria dizer "Eu te Amo!"    '' 
                                                                                                   ObsCena Teatral.